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Traição financeira? Falta de diálogo sobre dinheiro pode destruir relacionamentos

Traição financeira? Falta de diálogo sobre dinheiro pode destruir relacionamentos
Ignorar o tema financeiro no namoro ou casamento é como construir uma casa sem alicerces — cedo ou tarde, a estrutura cede
📸 Divulgação

Falar sobre dinheiro ainda é um tabu em muitas famílias. Entre casais, o silêncio pode sair ainda mais caro — e não só no bolso: o preço pode ser o fim da relação. O estudo A Saúde Financeira entre Casais mostra que 52% dos brasileiros acreditam que a situação financeira impacta diretamente a vida amorosa. Dados da Estatística do Registro Civil, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também apontam crescimento nas separações motivadas por problemas financeiros.

A chamada “traição financeira”, quando um parceiro oculta dívidas, gastos ou investimentos do outro, tem se tornado cada vez mais comum. "Uma traição financeira pode ser tão dolorosa, ou até mais, do que descobrir uma amante ou um amante", alerta Tiago Galiotti, especialista em educação financeira. “O que mina o relacionamento não é o valor da dívida em si, mas o rompimento da confiança, a sensação de que se está vivendo com um desconhecido.”

Foi o que aconteceu com um empresário que, sem comunicar a esposa, passou a acumular dívidas silenciosamente. Começou com pequenos gastos individuais, depois vieram os empréstimos. Sua renda caiu pela metade e, em pouco tempo, as contas atrasadas viraram uma bola de neve.

Enquanto isso, a esposa celebrava uma promoção no trabalho, que veio acompanhada de um bônus e um carro zero. Ao saber da novidade, ele pediu que ela vendesse o carro para ajudá-lo a quitar parte das dívidas — que até então ela desconhecia. O pedido, inesperado e sem contexto, acendeu o alerta. “A confiança já estava abalada. Quando ela percebeu o tamanho do problema que estava escondido, o casamento desmoronou”, afirma Tiago Galiotti, que é CEO da empresa Lercara Investimentos.

Galiotti, que atua na gestão de patrimônio e aconselhamento financeiro para famílias e casais, afirma que um dos erros mais comuns é o casal agir como se a vida a dois não alterasse a vida financeira. “Dividir contas igualmente quando há desigualdade de renda, sem nenhum plano conjunto, é uma receita para o ressentimento. A comunicação é o que equilibra essa equação.”

É o que também aponta o livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", de Gustavo Cerbasi, referência obrigatória quando o tema é finanças conjugais. Segundo o autor, casais que conversam abertamente sobre dinheiro, alinham objetivos e tomam decisões conjuntas tendem a ser mais felizes — e mais ricos.

A psicóloga Alana Lin reforça esse ponto. “Falar sobre dinheiro é, muitas vezes, falar sobre poder, medo e expectativa. Quando um não se sente ouvido, ou precisa esconder algo, o relacionamento perde sua base de segurança emocional. A conta que fica escondida, a dívida não compartilhada, o salário que vira segredo e tudo isso pode ser interpretado como uma forma de traição. A confiança se constrói também na transparência sobre as finanças. E isso vale para qualquer fase do relacionamento — do namoro ao relacionamento na terceira idade.”

A biomédica Thais de Paula, 31 anos, aprendeu isso da forma mais dura. Depois de descobrir, por uma correspondência bancária, que o namorado escondia dívidas, colocou um ponto final na relação. “Eu não me importava com a dívida, me importava com a mentira”, disse. O caso dela não é isolado. Muitos casais buscam ajuda profissional apenas quando a situação já virou bola de neve.

Para Galiotti, sinceridade é a palavra-chave. “Compartilhar os desejos individuais, os limites, os gastos essenciais e aquilo de que se está disposto a abrir mão é o ponto de partida. Dinheiro não pode ser um motivo para alguém mandar mais ou ter mais voz na relação. O respeito mútuo tem que estar acima de tudo.”

Foi o que compreendeu a biomédica Thais no seu atual relacionamento. Bastou tomar a iniciativa para transformar a forma como o casal lidava com a vida financeira. “Com um diálogo sincero e paciente, como deve ser sempre entre pessoas que se amam, é possível construir um futuro mais próspero, para ambos”, afirma.

E esse diálogo precisa ser prático. Não basta conversar de forma genérica sobre dinheiro: é necessário combinar, na rotina, como a gestão financeira será feita. “Vai ser um de vocês o responsável por pagar as contas, organizar os investimentos e manter os números sob controle? Ou preferem dividir essas tarefas igualmente, numa administração conjunta? Outro ponto fundamental é decidir como as despesas serão assumidas: cada um paga o que é seu ou somam os gastos do casal e dividem tudo por igual? Talvez a divisão proporcional à renda seja mais justa para evitar sobrecargas e ressentimentos”, afirma Galiotti.

Vale também refletir sobre a estrutura bancária da vida a dois, segundo Galiotti. “Vão manter contas separadas ou criar uma conta conjunta para gastos compartilhados? E o cartão de crédito: um só para o casal ou cada um com o seu? Esses combinados não precisam ser engessados, mas precisam ser claros. O importante é que ambos se sintam confortáveis, seguros e respeitados.”

A recomendação para quem deseja blindar o amor contra os efeitos colaterais do bolso é clara: converse. “Fale sobre salário, dívidas, investimentos, ambições. Coloque os planos na mesa, discuta o que é prioridade e o que pode ser deixado para depois. Se necessário, procure um planejador financeiro ou até terapia de casal. Afinal, se o objetivo é caminhar juntos, os passos precisam estar coordenados — inclusive os financeiros”, afirma Tiago Galiotti. 

Lercara Investimentos

Com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro e regularizada pelo Banco Central, a Lercara Investimentos é um nome consolidado no setor de consórcios no Brasil. A empresa se destaca pelo alto volume de faturamento mensal e pelo atendimento personalizado a investidores que buscam mais do que simplesmente um consórcio: uma verdadeira estratégia de vida. Em 2024, a Lercara alcançou a impressionante marca de R$100 milhões em volume de consórcios vendidos, com clientes satisfeitos e contemplados, consolidando sua liderança no mercado. A empresa é reconhecida pela excelência em gestão de consórcios, com soluções financeiras inovadoras que atendem a diferentes perfis de investidores e objetivos financeiros.



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